segunda-feira, 9 de maio de 2011

O sangue dos outros



“Segundo romance de Simone de Beauvoir, O sangue dos outros narra o conflito de um membro da Resistência que se vê forçado a optar entre o engajamento social e o dever pessoal. Seguindo o pensamento existencialista, a autora procura analisar "a maldição original que constitui, para cada indivíduo, sua coexistência com todos os outros."”

Um pouco difícil de ler, tive que voltar várias vezes.

Algumas passagens das personagens:

“ ...Eu estava ali, diante de você; e pelo fato de ali estar, você me encontrou, sem motivo, sem o haver querido: você poderia daí em diante, aproximar-se ou fugir, mas não podia impedir que eu existisse a sua frente...”

“...Não fazer política é outra maneira de fazê-la...”

“...Ficou um momento aturdida: aquele casamento era como o fundo misterioso da noite: fazia parte dos mitos em que todo mundo fala com seriedade mas nos quais ninguém acredita de verdade...”

“...Ser amado não é La muito divertido; é muito mais interessante encontrar alguém a quem se possa amar...”

“...As pessoas são livres – dizia eu – mas apenas cada qual por si mesma: não podemos tocar em sua liberdade, nem provê-la ou exigi-la. E é isto que acho tão doloroso: o que faz o valor de um homem só existe pra ele e não pra mim, atinjo apenas o seu exterior e eu, pré ele não sou mais que uma exterioridade, um dado absurdo; um dado que nem sequer foi escolhido por mim...”

“Fazer política equivalia a reduzir os homens à sua aparência apreensível, a tratá-los como massas inconscientes, reservando apenas para mim o privilégio de existir como pensamento vivo: entretanto, para conseguir atuar sobre corpos inertes, para movê-los, este mesmo pensamento deveria transformar-se em força mecânica, opaca, na qual eu não mais me reconhecia...”

...” Li de uma feita: cada homem é responsável por tudo, diante de todos. E isto me parece tão verdadeiro!...”

...”Criar é um esforço para exprimir o ser, mas antes de tudo é preciso ser...”

...” É fácil pagar com o sangue dos outros.O sangue dos outros e o nosso não são a mesma coisa...”

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