quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

História da sexualidade

História da Sexualidade 3 – O cuidado de si. Michel Foucalt

RESUMO

Foucault resgata textos de pensadores antigos como Platão, Aristólteles, Plutarco, Marco Aurélio e outros em distintos momentos históricos: mundo grego sec VI ao IV a. C e I a IV d. C.
Expõe a relação do indivíduo consigo mesmo, a preocupação com o uso dos prazeres numa reflexão moral, médica e filosófica.
Discorre sobre o método de Artemidoro na interpretação dos sonhos, o papel matrimonial, o vínculo conjugal, monopólio, o amor aos rapazes, apresenta técnicas de exame de consciência e preceitos que se encontram mais tarde na moral cristã.
O autor possibilita com a obra uma leitura crítica em torno da condição humana contemporânea, possibilitando abertura para reflexões atuais.

Frases (Tem todo um contexto, mas segue umas interessantes).

Da interpretação dos sonhos de Artemidoro
“O membro viril é assimilado aos pais, pois ele retém o princípio gerador; a mulher e “a amante porque ele é apropriado as coisas do amor...”

Da cultura de si – Sêneca
“... Se converter-se a si é afastar-se das preocupações com o exterior, dos cuidados com a ambição, do temor diante do futuro, pode-se então, voltar-se para o próprio passado, compilá-lo, passá-lo em revista e estabelecer com ele uma relação que nada perturbará...”

Do vínculo conjugal – Plutarco
“ Há os casamentos que só são contraídos para os prazeres da cama – eles pertencem a categoria dessas misturas que justapõem elementos separados, cada um dos quais guarda a sua individualidade. Há os casamentos que são concluídos por razão de interesses – eles são como essas combinações onde os elementos formam uma nova e sólida unidade, mas que podem sempre ser dissociados uns dos outros, assim como aquela que é constituída pelas peças de uma cumeeira. Quanto a fusão total – a “crase” que assegura a formação de uma nova unidade de que nada mais pode desfazer -, só os casamentos por amor onde os esposos são ligados pelo amor, podem realizá-la”


COTIDIANO:

Visito Márcia, Raul e as crianças na semana entre o Natal e Ano Novo.
Contexto: De manhã, a louça da noite anterior na pia, a gente tomando café na mesa e falando das nossas vidas, o Raul arrumando a campainha e gritando alguma pergunta pra Márcia, Márcia reponde gritando da cozinha. As crianças na sala.
...

Márcia: Lê

Leio: ”... Em documentos que datam o fim dos séculos IV ou III a.C os engajamentos da mulher implicavam a obediência ao marido, a interdição de sair a noite ou de dia, sem a sua permissão, a exclusão de qualquer relação sexual com outro homem, a obrigação de não arruinar a casa e de não desonrar o marido. Este, em compensação, devia manter sua mulher, não instalar uma concubina em casa, não maltratar sua esposa e não ter filhos das ligações que pudesse manter fora de casa. Mais tarde, os contratos estudados especificam obrigações muito mais estritas ao lado do marido. Sua obrigação de prover as necessidades de sua mulher é tornada mais precisa, como também é especificada a interdição de ter uma amante ou um favorito, e de possuir uma outra casa (na qual ele poderia manter uma concubina)...”

Márcia: Repete a parte da casa

Rio e repito: ...os engajamentos da mulher implicavam a obediência ao marido, a interdição de sair a noite ou de dia, sem a sua permissão, a exclusão de qualquer relação sexual com outro homem, a obrigação de não arruinar a casa e de não desonrar o marido...

Márcia: (Ia fazendo aquela expressão de consentimento que só ela faz até chegar a parte da ruína) Você disse ARRUINAR a casa? É isso?

Disse

Isso quer dizer então que enquanto ela ainda estiver de pé, ou seja, não estiver em ruínas eu continuo uma boa esposa?

Rio: Acho que sim!

Márcia: Ótimo!

Risos

Nenhum comentário: