terça-feira, 30 de dezembro de 2014

KILL ALL ENEMIES - Melvin Burgess



Se as marés da vida agitam-se muito, quando parece que a tempestade não vai passar e realmente o mundo começa a parecer mais insano do que já é, tendendo a uma pitada alta de pessimismo e revolta; é hora de ler poesias, romances, meditações ou livros de auto-ajuda. Como dos últimos de auto-ajuda risquei algumas páginas e outros dei fim, restou-me então buscar alguma outra opção.

Na rodoviária me deparo com este título  Romance “kill All Enemies” “– Você já teve a sensação de não se encaixar no mundo?” Tá okay, você e as moscas podem dizer: poderia ter pegado qualquer outro título, algum do tipo “como tornar a vida cor de rosa”, se é pra baixar o pessimismo e a revolta...
Mas este é indicado para “pais, filhos e todo mundo que estiver disposto a ler uma história bela e emocionante...” E ah! Vem bem a calhar! E na real, não é preciso baixar tanto estes ímpetos assim.Não tive nem coragem de abrir o de capa cor de rosa, certamente seria pior fazer uma leitura do tipo.

Leio, depois passo pra uma amiga que está com filho pré adolescente, além do que, fez-me relembrar a adolescente que fui, da qual ainda carrego vestígios, embora com com ressignificações. Qual adolescente sente-se “encaixado” no mundo? Eu não me sentia, assim como nenhum dos meus amigos desta fase...

São adolescentes que contam suas experiências cotidianas a partir das instituições: família, escola e assistência social, ou seja, ações e reações de três subjetividades que vão “moldando” suas condutas a partir destas relações e se encontram nos seus momentos.

“Era a aula do Sr Wikes, o sujeito mais tedioso do universo. Para ele ensinar significava ficar de costas pra sala, desenhando na lousa. Isto não é ensinar. É uma fraude. Se os alunos torturados por ele não fossem um bando de crianças, ele seria processado.”-Chris

“Sua menina preguiçosa, como você é burra, nem este pouquinho de lição você fez. Me dava vontade de gritar...Eu podia ter feito aquilo sem problemas, se eu não tivesse caído no sono enquanto cantava pro meu irmãozinho dormir”- Billie

“O Metallica resolve a maioria dos meus problemas. Quando o Metallica está tocando, não tenho porque me irritar. E nem sentir medo, e nem me preocupar. Eles cuidam de tudo por mim. Quando escuto Metallica eu me sinto um deus”- Rob

“Billie precisa ser durona porque tem o coração mole. É a única maneira que ela encontrou de sobreviver. É por isso que o caso dela é tão especial. Aquela menina tem o coração mais generoso que já vi. Se as outras pessoas soubessem, se pelo menos ela soubesse.”- Hannah








domingo, 16 de novembro de 2014

Mais um poeta nos deixou...

Prefácio
Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) —
sem nome.
Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor caíam no mar.
A voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos apertavam mangues.
Vendo que havia na terra
Dependimentos demais
E tarefas muitas —
Os homens começaram a roer unhas.
Ficou certo pois não
Que as moscas iriam iluminar
O silêncio das coisas anônimas.
Porém, vendo o Homem
Que as moscas não davam conta de iluminar o
Silêncio das coisas anônimas —
Passaram essa tarefa para os poetas.
Manoel de Barros

domingo, 12 de outubro de 2014

Resposta a Felipe Guines e Rafael Marangoni – curta “brincando de deus”


Resposta referente ao artigo de 20/12/11.

Não obtive resposta ao contatar o aspirante a jornalista no ano de 2011 (não entrando na questão da ética e do que é a mídia hoje, porque não estou a fim de masturbação mental, tão menos discorrer sobre direitos autorais da foto por mim tirada da equipe em trabalho.) Rafael Marangoni e Felipe Guines proferiram inverdades neste artigo, como sendo colocações minhas a respeito de uma suposta união de visões em cima do roteiro e do processo de filmagem.

Esta reposta só saiu agora (outubro/2014) porque recebi esta imagem passada por um amigo que se lembrou divertidamente do curta e me enviou, e este tipo de coisa me alegra.




Dei muita risada porque a idéia ”base” da história era principalmente esta e lembrei-me de quando surgiu o nome, “brincando de deus”, (tudo em minúsculo pra não ofender as crenças) e continuo me divertindo com a linguagem do cinema, em suas mais variadas funções, ultimamente explorando mais figurino e direção de arte.

No mais, na época fiquei fula da vida com este artigo, pelas falsidades ditas,
(http://issuu.com/semlegenda/docs/semlegenda) então, me cadastrei na revista e escrevi apenas que o artigo continha inverdades a respeito do processo, mas hoje dou risada, coloco alguns esclarecimentos, e faço perguntas que acredito não serão respondidas por nenhum dos dois, nem Marangoni e nem Guines.

Aprendizado 1 – Se você sempre gostou de ler e escrever e decide fazer no formato roteiro, desapega! Considere esta sua função e pronto. Tenha coragem de entregar na mão de outra pessoa, mesmo que achar que o roteiro sairá totalmente outro, porque no fim, mesmo buscando a fidelidade como tentamos neste caso, sai outra história mesmo. Hoje penso que poderia ter jogado na mão do Rafael Ramos, que foi a primeira pessoa que veio falar que gostou do texto, sairia um filme outro e seria muito mais rico pra mim, ver como outra pessoa trabalha uma história que criei.
Mas neste caso artístico, por ser o primeiro roteiro fictício em meio as minhas poesias de adolescente, não desapeguei, quis ficar com a criação da criança, além do mais, também queria saber como funcionava tudo neste processo de criar um filme e seus bastidores.

A proposta da oficina era “Como se faz um filme”, e quem escrevia o roteiro, ficava com a direção, pensando nisto e com minha mania em me empenhar para que as coisas andem, escrevi este roteiro fictício em uma semana.

Na verdade era pra ser uma comédia, e tinha até pensado num amigo de longas datas e não ator pra participar do curta, por usar as características cômicas naturais dele, ele estava ciente disso, com finalidade de diversão garantida. Porém, fui simplesmente escrevendo a história, sem nenhuma pretensão, apenas com o mote da manipulação, baseado nos fatos dos peixinhos do aquário “acreditarem” que quem dá comida é deus e na necessidade do protagonista em controlar e provocar a luta entre os peixes de diferentes espécies.Descubro que isto é parte do processo criativo de escrever roteiro.

Quem era este protagonista foi surgindo no fluir da escrita, pensando num hotel e na loja de peixe. (dois locais escolhidos conforme orientação dos professores visando menos movimentação entre uma locação e outra). Então, como nunca tive peixes fui no mercado municipal conhecer sobre quais peixes não conviviam em harmonia para fazer estas relações para manipulação do personagem. Daí, saiu esta história fictícia louca que muitos amigos acharam “sem pé nem cabeça” da qual tive que criar um fim rápido que acabou ficando aberta, por conta de termos que gravar, em junção até com uma dificuldade minha de colocar um fim nesta história que tinha que ser obrigatoriamente curta.

Achei muito interessante quando Lalli e Marangoni ao lerem o roteiro remeteram-se ao “Iluminado” de Kubrick porque eu lia Stephen king pra caralho na adolescência além de poetas e gostava de filmes de terror, mas não pensei nisto quando o roteiro saiu espontaneamente.

Então, PERGUNTO a Rafael Marangoni e Felipe Guines com muita curiosidade, de onde vem esta colocação de vocês que EU queria me inspirar nos dramas “A voz da Igualdade, um sonho sem limites” de Van Sant??? Enquanto só queria ver meu próprio roteiro vivo! Este filme por por vocês citado que eu nem conheço, nunca vi, desculpem a ignorância.

Não sou cinéfila, apenas gosto de alguns filmes, mas este realmente eu nunca assisti, só tive curiosidade depois da citação de vocês...( Aliás, se você ou as moscas que  passam por este blog tenham assistido e quiserem explicar aqui que filme é este, talvez possa surgir mais elementos para Rafael e Felipe explorarem em auto-conhecimento deles o porque desta colocação como se fosse minha enquanto a colocação é deles, ou de um deles) Eu, absolutamente, não tenho idéia do que se trata, nem tão pouco entendo porque vocês relacionaram a minha formação psi acadêmica nesta questão, podem me explicar? Sou toda ouvidos.

Aprendizado 2 – Quando outros proferem inverdades como se fossem minhas, a respeito de um processo criativo, com referências que eu desconheço, o melhor a fazer é ouvir e dar risada.E lembrar que sempre é mais divertido trabalhar com pessoas sinceras.

As assinaturas foram mais relativas ao que cada um pode desempenhar mais no processo. Neste sentido, Marngoni também assina a direção, pois, ele teve que conduzir a câmera e adequá-la nos espaços para filmagem, uma vez que Marcos Lalli teve que se "revelar" ator para que a brincadeira rolasse  e a experimentação acontecesse, e ainda participando do processo.

Quanto ao processo o artigo coloca: “Para dar conta de gravar tudo num dia, os cinco integrantes do grupo tiveram que planejar locações que fossem próximas uma da outra”
Neste sentido, Marangoni ficou bem no plano etéreo eu diria, se movendo pra isto numa outra dimensão que não aparece no corre do filme, pois quem correu atrás foram apenas três: eu, Marcos Lalli e Daniele Braido. Rafael Ramos, durante o processo por questões de outros trabalhos teve que se ausentar muito, ajudando no som direto e indicando um amigo pra filmagem, nosso contato foi pouco na verdade.

“Outra dificuldade encontrada pelo diretor estreante foi orientar os atores, colegas dos produtores que toparam participar da filmagem”
Só mais esta dificuldade Marngoni?

Aprendizado 3-Trabalhar com atores amadores, amigos e conhecidos neste caso, foi a via possível através da participação generosa destes, para que o roteiro saísse do papel e pudéssemos experimentar o processo. Sim, Marangoni, com atores profissionais para roteiro fictício tudo ficaria mais fácil, porque você não foi atrás disto também?

Acho que você deve ter aprendido, assim como eu que algumas atribuições de direção são bem claras: conhecer e fotografar o local com a luz natural prevista da gravação, fotografar imaginando a sequencia e os planos possíveis para passar pro storyboard, pra ter menos trabalho quando chegar no “Foi, corta”.

Eu e Lalli, fizemos as fotos nos setings (além de nós mesmos locarmos). Claro que teve experimentações muito legais que você fez com a cam, na hora do “vamo vê”, a ampliação do corredor, por exemplo.Não desmereço sua contribuição e participação para a realização e as idéias criativas, desmereço sim estas suas mentiras a meu respeito e quanto ao processo em si.

Aprendizado 4- Aquela cadeirinha escrita “diretor” num processo independente fica sempre vaziaQueridas moscas e você leitor, sabem porque? Porque a “direção” neste caso está sempre correndo atrás do que precisa ser feito para o filme acontecer antes do dia da filmagem.

No quesito satisfação, o processo me agradou e muito, sair da escrita e filmar é muito interessante, isto me levou a pensar em toda a questão da produção, locação, quantidade de personagens, antes de escrever um roteiro, e atentar pra detalhes que nem pensei neste primeiro e que fizeram diferença no resultado final.

Foi um prazer trabalhar com o Lali que me inspirou para o segundo roteiro (aivirar imagem um dia e trabalharmos juntos novamente, se possível), ele se mobilizou atrás de equipamentos, correu atrás de uma das locações e se divertiu durante o processo.

Prazeroso também trabalhar com a Dani, que correu atrás da nossa comida no dia de filmagem, estudou a logística de transporte e os locais, se pendurou nas alturas pra fazer o som direto, arrumou alguns figurinos possíveis, cuidou da alimentação e conforto dos atores e do espaço físico e esteve sempre paciente, alegre e meiga.
Foi ótimo acharmos que iríamos para o Cannes e dar risadas sobre sermos reconhecidos daqui 20 anos!

Agradeço também Luiz Andreghetto e Cristina Muller que tornaram esta experiência possível e continuam incentivando as pessoas a se contaminarem com o bichinho do cinema, além de botarem a mão na massa no dia de filmagem!

Agradeço finalmente a Marangoni e Guines, por através de mentiras, me incitarem a dar esta resposta, lembrando-me como o processo de filmagem dá trabalho pra caralho mas diverte demais!!!

Mis? Chile? Uia! Nem to sabendo, ganhamos algum prêmio? Assim, antes de completar 20 anos? hahahah


Ps: foto cedida sem fonte pra colocar referência até o momento.



                                                                         



sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Ciclo criar com o que temos

Olá a você e as mais de mil e quinhentas moscas que não param de ler sobre as personalidades do livro do Oswald de Andrade!  A exposição fica aí até meados de outubro, se der passem por lá! Você já paga por isto. Particularmente gosto de tranqueira, depósito de antiguidade é um ótimo passeio com finalidade de decoração, caçamba na rua é motivo de parada. Inspiração pra usos baratos em cenário de teatro pobre.

Pra quem gosta de sensações, é interessante observar uma banheira revestida de gilete, não poder  se jogar nos copos de plástico e ouvir os fantasmas tocando (caso tenha a sorte, como eu tive de prestigiar a exposição acompanhada de uma criança legal).













domingo, 25 de maio de 2014

A Queda - Albert Camus

Um monólogo. Narrador Jean Baptiste Clemence, auto denomina-se juiz penitente, advogado.Mas particularmente prefiro os trechos em que se auto denomina papa, e também, certamente por identificação, quando denomina-se ourives, nesta última visando a necessidade de um ambiente sem livros.
Local: Amsterdã

Uma amiga: - Já terminou de ler o livro, me empresta?Qual é a história
Eu: -  Sim, é narrativa em primeira pessoa.Ele é um advogado. Nas primeiras páginas é difícil, mas insiste que depois flui.
Ela, uns minutos depois: - Com quem que ele tá falando? A pessoa nunca responde!
Eu: - Se esperar a pessoa responder, vai esperar o livro inteiro. A pessoa nunca vai responder.
Amiga: Ah!Por isto! O autor é do teatro, por isto você gostou...não gostei, me empresta outro.
Eu: Eu nem sabia que ele era do teatro, fiquei sabendo por este livro mesmo, que no final fala da vida dele...
Penso:- Do teatro e ficou apenas um ano no partido comunista, tai mais motivos pra gostar dele, realmente.
Amiga: - Empresta outro.
Eu: (Empresto A Morte Feliz do mesmo autor e Belas Imagens da Simone) até agora não obtive impressões sobre a leitura...



Trechos:

"Quer ter uma vida limpa?Como todo mundo?" É claro que a resposta é sim. Como dizer não?"Está bem. Pois vai se arruinar. Pegue aí um emprego, uma família, férias organizadas." E os pequenos dentes cravam-se na carne até os ossos.Mas estou sendo injusto. Não se deve dizer que a organização é deles.Ela é nossa, afinal de contas: é o caso de saber quem vai arruinar o outro..."

"As profissões me interessam menos que as seitas"

"Gozava minha própria natureza, e todos nós sabemos que é aí reside a felicidade, se bem que, para nos 
tranquilizarmos mutuamente, demonstrássemos por vezes, condenar esses prazeres sob o nome de egoísmo"

"Imagine os cartões de visita: Dupont, filósofo apavorado, ou proprietário cristão, ou humanista adúltero, a escolha é grande, na verdade. Mas seria o inferno! Sim, o inferno deve ser assim: ruas com tabuletas e nenhuma possibilidade de explicação. Fica-se classificado, de uma vez para sempre..."

"Bem entendido, o verdadeiro amor é excepcional, dois ou três em cada século, mais ou menos.No resto do tempo há vaidade ou o tédio."

"Uns gritam: "Ame-me!". Outros: "Não me ame!". Mas uma certa raça, a pior e mais infeliz: "Não me ame  e seja fiel!".
Veja - só que a verificação nunca é definitiva, é preciso recomeça-la com cada ser. De tanto recomeçar, criam-se hábitos."

"Como sei que não tenho amigos? É muito simples: eu o descobri no dia em que pensei em matar-me para lhes pregar uma boa peça, para puni-los de certa forma.Mas punir quem? Alguns ficariam surpreendidos; ninguém se sentiria castigado. Compreendi que não tinha amigos.Além disso, mesmo se os tivesse não adiantaria nada. Se pudesse suicidar-me e ver em seguida a cara deles, então sim, valeria a pena..."... Os homens só se convencem das nossas razões, da nossa sinceridade e da gravidade de nossos sentimentos com a nossa morte. Enquanto vivos, nosso caso é duvidoso, só temos direito ao seu ceticismo..."

"Vou contar-lhe um grande segredo meu caro. Não espere pelo Juízo Final. Ele se realiza todos os dias."

segunda-feira, 5 de maio de 2014

O abajour lilás - Plínio Marcos





Peça em dois atos, três atrizes e dois atore, compacta. Se passa num puteiro. Leitura feita no centro cultural SP aguardando a hora de prestar o concurso. É, não estudei raciocínio lógico..

Elogio da Loucura - Erasmo


Não, decididamente não será questão de concurso público optar em a, b ou c qual a postura de Rotterdam frente a igreja católica. Então, por vezes continuo a me perguntar: por que diachos ainda faço este tipo de leitura se preciso ganhar dinheiro? Não seria mais sensato estudar raciocínio lógico ou teorias da personalidade, Lacan que adoram colocar em prova, por exemplo?
Então, posto aqui o que por ventura possa ser de alguma utilidade pra você e as moscas.Se não hoje, daqui um tempo, como reparo na procura sem zumbidos de outros posts antigos.
Erasmo é a própria loucura se elogiando, chamou-me bastante atenção as colocações “dela” em relação as mulheres. Quando citado “homem” a maioria das vezes tem significado de espécie humana, humanidade; outras vezes aparece com o sentido de gênero mesmo. Claramente o autor tinha consciência em relação a esta diferenciação.



Segue trechos:

“...Não falarei no entanto, como os pedantes que sobrecarregam hoje as cabeças das crianças com um monte de tagarelas difíceis, e que lhe ensinam a discutir com mais teimosia que as mulheres...”

“...é verdade que a mulher é um animal extravagante e frívolo; mas é também divertida...”

“..não creio que as mulheres sejam loucas a ponto de se zangarem com o que digo aqui, sou do sexo delas, sou a loucura...”

“...as mulheres ao contrário, tem a face lisa, a voz suave, a pele delicada, tudo nelas oferece a imagem encantadora de uma juventude contínua, aliás, tem elas outro desejo na vida se não agradar os homens?...”

E por aí vai... termina o que toca a esta questão de gênero assim:
“...lembrai-vos, peço-vos que é a loucura, que é uma mulher que acaba de vos falar, mas lembrai-vos também deste provérbio grego: “um louco diz as vezes coisas boas” – a menos que penseis que as mulheres sejam uma exceção a esta regra geral...”

Sim, também tem muita coisa boa que este louco discorre, principalmente quando coloca sobre os teólogos (ele mesmo o era) e começa a analisar Eclesiastes e São Paulo. Não vou citar aqui pra não perder o auge da leitura.

Segue outras colocações bem interessantes:

“...Os poetas não me devem tanta obrigação, sua condição mesma lhes dá o direito natural aos meus dons...”

“...O numero de nós que prendem o calçado, a cor e a largura do cinto, a tonalidade do hábito, o tecido com o que ele deve ser feito, a forma e o tamanho preciso do capuz, o diâmetro exato da tonsura, o numero de horas destinadas ao sono, tudo é determinado, medido, fixado. Imaginai os belos efeitos que esta uniformidade deve produzir entre espíritos e corpos tão diferentes entre si!...”

E a melhor:

“... Ora, o que é a vida? É uma espécie de comédia contínua, em que os homens, disfarçados de mil maneiras diferentes, aparecem em cena, desempenham seus papéis, até que o diretor, depois de tê-los feito mudar de disfarce e aparecer ora sob a púrpura soberba dos reis, ora sobre os andrajos repulsivos da escravidão e da miséria, força-os a finalmente sair do palco. Em verdade, este mundo não é senão uma sombra passageira, mas assim é a comédia que nele representamos todos os dias...”







180 moscas na Triologia, só este mês

Porra! 180 voadas de moscas na Triologia do Exílio só este mês! 30 hoje... 1243 até hoje!? Fazia tempo que eu não via as estatísticas deste blog. Por vezes, causa-me curiosidade voos como este... Bom pra eu reler o post já que faz muito tempo desta leitura... mas, não será agora.Tenho mais o que ler.
Moscas em festa! Não há de quê.

Segue a capa que achei aí na net. Se direitos autorais peço aviso pra retirada, pois nada consta.


domingo, 23 de fevereiro de 2014

Sobre artes, exposições, ruas e praças

Os amigos Freudianos e a propaganda do credicard que me perdoem mas: Dar de cara e ficar boquiaberta com " Cabeças grandes" de Picasso não tem preço! (pelo menos diretamente, não pagamos a entrada). Mas, não é só isto, tem muito mais deste braço da coleção que vem de São Petersburgo, ganha-se um bom tempo lá dentro.

Dali (e não Dalí, este veio faz tempo, e não vi nunca mais). Dali, atravessando a Praça da Sé, com seus moradores de praxe, um carnaval de Olinda passando e e crentes fervorosos pregando contra o demônio.

Escuto uma guitarra, vou pelo som, Praça do Patriarca - Mombojó e Siba. Saudades de quem me apresentou Siba, saudade do trabalho na rua.

Alí, logo ali, onde também não diretamente pagamos nada por isto. Chega Miró, cheio de cores e traços infantis, sigo correndo, mas não deixei nome pra ouvir sobre ele, 50 lugares, encheu. Voltarei em breve. Primeiro andar. Desço, Exposição de Street Art, lá dentro. Dos daqui, só o Nunca tá la dentro, dos de lá, temos um que retratou o retrato do morador donde fizeram o teleférico no RJ.

E eu volto, pensando na praça de perto de casa...







              A última foto foi tirada de "apocalipsce motorizado" fotos da "anti-cidade" e não é que fala sobre praças? As demais estão em geral na net.