terça-feira, 13 de novembro de 2012

MEMÓRIAS DE UM RATO DE HOTEL

Estava na biblioteca do Sesc, na verdade verdadeira (como diria minha avó) gostei e escolhi o livro pela capa  (coisa que diz o ditado que não se deve fazer). Também gostei do título da mudança da foto e do que estava escrito atrás: "Poque os criminosos tem duas faces, as que apresentam ao público e a que apresentam aos colegas e companheiros de crime. Ambas infelizmente são mentirosas"
É incrível como existe gente habilidosa em ser vários e atuam fora dos palcos de teatro...Talvez por isso, me interessou a contracapa.
Não fica claro se o autor é João do Rio ou um relato do "Dr. Antônio" gatuno gaúcho, ou ainda se feito a quatro mãos...
Transmite os ares das ruas...
1917 se não me engano, já devolvi o livro...

Segue trechos:

" ...para o público só há uma preocupação: mostrar inocência. Para os colegas só há um desejo: mostrar uma grande habilidade e uma grande sorte cínica..."



“...No primeiro crime o maior bandido é sempre a vítima. Ide procurar as causas e haveis de vê-las terríveis, culpando inexoravelmente os que impeliram a prática da ação contra o código...”

“Como se alguém se emendasse na correção. É a fantasia mais disparatada dos homens...Olhei muito tempo a escuridão, sem chorar. Não era nem Artur Maciel, nem “Dr Antônio”, era um numero, um numero e mais nada...”

“ E faço de gentleman ou de mendigo o dia inteiro sem discrepância. O andar, a atitude dos ombros, a expressão do olhar, tudo isso é definitivo...”

“Estou admirado de mim mesmo, isto é, do outro que toma conta do meu corpo. Certo, as ciências ainda hão de evoluir muito modificando a compreensão do direito criminal...no dia em que a psicologia ocultista for aceita, meu caso por exemplo não será considerado vulgarmente.Eu condenado por tentativa de furto? Eu condenado por provado roubo?..É preciso ser completamente obtuso pra me comparar com qualquer um desses cavalheiros. Eu sou diferente senhores do meu corpo, há um Artur, o rapaz ocioso filho de boa família, um pouco vaidoso e femeeiro, e outro, o “Dr. Antônio”, diabólico, ousado, fantástico. E o “Dr. Antônio” que me perde, que me arrasta...”

“...Julgar através do cárcere, conforme o código, é como um médico que receita conforme a moléstia indicada sem ver o doente...”







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