Já fazia um tempo que queria ler esta peça do Plínio Marcos. Legal, porque tem o texto literário e o texto pra teatro. Também queria ter visto a apresentação dirigida por Marcelo Drummond, mas não foi possível.
O tipo de humor que faz com que a leitura flua.
Quem matou Janjão o anão do circo? Eis a questão... muitos
tinham seus particulares motivos pro assassinato.
Segue trechos:
Sobre Di, a mãe da tribo: “ Sua autoridade não era a que os cargos
e situações emprestam. Sua autoridade era sua mesmo, consequência de uma
vivência intensa e sem máculas, referendada por todo respeito, carinho e
veneração que a gente da viagem lhe devotava...”
“...Como o homem instalado tem ódio de quem se move, de quem não
tem residência fixa, emprego permanente e os cambaus, perseguem, espancam,
expulsam dos lugares que se atrevem a passar. Simplesmente passar. Puta que os
pariu! Homens-pregos. A gente da viagem traz alegria, emoção,
poesia,sonho...Porém (e sempre tem um porém),é justamente o que o homem
instalado teme. Isto tudo perturba os hábitos seguros de sua rotina, o
imobilismo do seu dia a dia. Um bando de vagabundos passando...”
“...É amargo ser envolvido pela dúvida em relação aos
companheiros. Desconfiar do próximo, dos colegas, dos camaradas de jornada,
puta veneno...”
“O referencial mudou: trabalha? Produz? Consome?Tudo bem. Quem se
enquadra está enquadrado...O cigano não é melhor nem pior do que ninguém.Se
solta as amarras, rompe com as raízes...babau. Muitos foram se fixando...”