terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A arte de escrever –Arthur Schopenhauer



Este livro me apareceu no carnaval passado, na porta de um quarto no RJ, com mais um do Fernando Pessoa e dois filmes, um deles: “Os sonhadores”.
Quem me presenteou não cheguei a conhecer devido a uma série de desencontros, ou talvez não tenha havido desencontro algum.


Basicamente trata do não pensar quando se lê. Das imperfeições das traduções, da importância das línguas antigas, da arte de escrever e decadência da literatura de sua época. Diferencia bons autores da literatura de consumo, fala sobre a importância dos clássicos e “desce a lenha” na prolixidade do Hegel. Tudo com a clareza e originalidade que só ele tinha e era pouco reconhecida em sua época.

Segue a seleção de trechos interessantes:

“... Assim como as atividades de ler e aprender, quando em excesso, são prejudiciais ao pensamento próprio, as de escrever e ensinar em demasia também desacostumam os homens da clareza e profundidade do saber e da compreensão, uma vez que não lhe sobra tempo para obtê-los...”

“... A leitura não passa de um substituto do pensamento próprio. Trata-se de um modo de deixar que seus pensamentos sejam conduzidos em andadeiras por outra pessoa...”

“ ...É possível a qualquer momento sentar e ler, mas não sentar e pensar...”

“Nas ciências cada um quer  trazer algo novo para o mercado, com o intuito de demonstrar seu valor;com frequência, o que é trazido se resume a um ataque contra o que valia até então como certo, para pôr no lugar afirmações vazias...”

“...Não há nada mais fácil do que escrever de tal maneira que ninguém entenda; em compensação, nada mais difícil do que expressar pensamentos significativos de modo que todos compreendam. O ininteligível é parente do insensato, e sem dúvida é infinitamente mais provável que ele esconda uma mistificação do que uma intuição profunda...”

“ ...Usar muitas palavras para comunicar poucos pensamentos é sempre o sinal inconfundível da mediocridade; em contrapartida, o sinal de uma cabeça eminente é resumir muitos pensamentos em poucas palavras...”

“...Quando lemos, somos dispensados em grande parte do trabalho de pensar...”