domingo, 10 de outubro de 2010

Meu pé de laranja lima


Autor: José Mauro de Vasconcellos
Viveu em vários recantos do nosso país, exercendo várias profissões, dentre elas a de ator e artista plástico

Motivos da leitura: Um dos melhores disponíveis onde passei mais tempo no mês de setembro. O nome... vagas recordações deste título, imagem de algo como uma novelinha infantil em branco e preto com o tal pé de laranja e o menino, visto na grande TV, que ficava em cima da mesinha na casa da minha avó, onde eu cresci...Cresci? É assim que me sinto quando vejo as arvores de lá... hoje algumas parecem ter diminuído...
Bão; literatura juvenil recomendada há pouco tempo atrás... Seus pais ou amigos mais velhos podem se lembrar.É narrada por Zezé, um personagem que cativa...talvez por aprender muito cedo algumas coisas da vida.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Setembro passou e eu também passei sem aqui passar...

Pra você e as moscas:


"Estatísticas provam que existem mais mulheres no mundo do que qualquer outra coisa, exceto insetos"

Glenn Ford para Rita Hayworth, em Gilda (1946)
De frases cortantes do cinema "noir"

Uma homenagem as mulheres de poesia...

LOUCURA
Florbela Espanca

Tudo cai! Tudo tomba! Derrocada
Pavorosa! Não sei onde era dantes.
Meu solar, meus palácios, meus mirantes!
Não sei de nada, Deus, não sei de nada!...

Passa em tropel febril a cavalgada
Das paixões e loucuras triunfantes!
Rasgam-se as sedas, quebram-se os diamantes!
Não tenho nada, Deus, não tenho nada!...

Pesadelos de insônia, ébrios de anseio!
Loucura a esboçar-se, a enegrecer
Cada vez mais as trevas do meu seio!

Ó pavoroso mal de ser sozinha!
Ó pavoroso e atroz mal de trazer
Tantas almas a rir dentro da minha!


MAS HÁ VIDA
Clarice Lispector

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida, há o amor.


Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.


O VESSTIDO
Adélia Prado

No armário do meu quarto escondo de tempo e traça meu vestido estampado em fundo preto.
É de seda macia desenhada em campânulas vermelhas à ponta de longas hastes delicadas.
Eu o quis com paixão e o vesti como um rito, meu vestido de amante.
Ficou meu cheiro nele, meu sonho, meu corpo ido.
É só tocá-lo, volatiza-se a memória guardada:
eu estou no cinema e deixo que segurem minha mão.
De tempo e traça meu vestido me guarda