sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Sabe gente...


"Sabe, gente.
É tanta coisa pra gente saber.
O que cantar, como andar, onde ir.
O que dizer, o que calar, a quem querer..."

(Gilberto Gil)

Ps: Naõ sei de quem é a foto pra colocar refência.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O PENSAMENTO VIVO DE SCHOPENHAUER


O pensamento vivo de Schopenhauer
Autor: Thomaz Mann

Motivo da leitura: Recomendação fundamental de Antunes Filho, contudo, adianto que não é suficiente concluir algumas leituras com o propósito de passar no cptzinho. Ou seja, fundamental? Tá. Mas, gostaria de saber como é utilizada esta e outras leituras sugeridas na prática teatral. Faltou ficar entre os 120. Não foi desta vez, não foi este ano...
Parei de ler o livro por duas vezes, comecei em MG, terminei em SP.Se paro, começo novamente. “Neurose”.
Comprei no sebo, R$15,00 aos pedaços, páginas grossas, imagens de alguns pops, dentre eles, Kant e um poodle. “Ao Cícero uma recordação do Sá” 12/11/53” Gosto quando vem com dedicatórias pra pessoas que nem sei quem foram ou se estão vivas, perco um tempo só imaginando quem foram e em que contexto receberam o livro... “falta de serviço!” diria um amigo meu. Pode ser...

Thomaz Mann faz um resumo explicativo da construção do pensamento de Schopenhauer caracterizando-o como humanismo pessimista. Sob alguns aspectos faz relação com Platão(cruiz crédo) e Kant.
Coloca a vontade como causa primeira e irredutível do ser, o querer viver; não como desejável, mas como impulso (por aí percebe-se a influência na psicologia freudiana) A inteligência é seu instrumento.
Olha que bonita e inspiradora esta frase pra vida: “ A vontade é em si mesma uma infelicidade fundamental, é insatisfação, esforço em vista de algo...e um mundo de vontade outra coisa não pode ser senão um mundo de sofrimento” Qualquer semelhança com o Budismo não é mera coincidência.
E claro, não poderia parar por aí. Da vocação para o sofrimento resultam duas grandes possibilidades que o humanismo de Schopenhauer determina ao homem: A arte e a santidade.
A priori o que me interessa é a arte, se bem que... pensando agora... talvez passar um tempo num mosteiro não exija estar entre tantas pessoas pra poucas vagas...
Deixa pra lá. O artista tem como missão “ papel mediador nas encantações herméticas entre o mundo o alto e o mundo de baixo, entre a idéia e o fenômeno, entre o espírito e a sensualidade...” Uma das bênçãos da arte é que o conhecimento se separa violentamente da vontade- estado estético. O prazer estético seria “representação” livre do querer.

sábado, 11 de dezembro de 2010

...novembro já foi...

Não postei nenhuma leitura, filme ou qualquer merda que eu escreva por aqui. As moscas não gostaram...
Em consideração a você, digo-lhe que terminei a leitura da "vida e obra de Shopenhauer" em agosto. Quando der coloco o resumo. Sim, ainda gosto da vida. A depressão não foi profunda.
Tô terminando "Estado de sítio" do Camus.(73 pg lidas num dia outubro e até hoje não terminei, mas falta pouco)
Tendo em vista a atual falta de tempo e a possível sobra dele futuramente...ou não, sei lá... já tem outros escalados:"O Tao da física"(47 pg lidas em dois dias)Mania estúpida que voltou, poderia ter terminado o do Camus)"Sexo tântrico" de Alicia Galloti, comprado impulsivamente pois teria que aguardar uma hora na rodoviária.Só posso dizer que é melhor do que o da Bruna Sufistinha.E,por falar sobre o assunto, adquiri promocionalmente "Memória de minhas putas tristes".Sem paciência pra ficar na livraria mais próxima fuçando o tanto que gosto, porque é natal.

Só pra constar

domingo, 10 de outubro de 2010

Meu pé de laranja lima


Autor: José Mauro de Vasconcellos
Viveu em vários recantos do nosso país, exercendo várias profissões, dentre elas a de ator e artista plástico

Motivos da leitura: Um dos melhores disponíveis onde passei mais tempo no mês de setembro. O nome... vagas recordações deste título, imagem de algo como uma novelinha infantil em branco e preto com o tal pé de laranja e o menino, visto na grande TV, que ficava em cima da mesinha na casa da minha avó, onde eu cresci...Cresci? É assim que me sinto quando vejo as arvores de lá... hoje algumas parecem ter diminuído...
Bão; literatura juvenil recomendada há pouco tempo atrás... Seus pais ou amigos mais velhos podem se lembrar.É narrada por Zezé, um personagem que cativa...talvez por aprender muito cedo algumas coisas da vida.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Setembro passou e eu também passei sem aqui passar...

Pra você e as moscas:


"Estatísticas provam que existem mais mulheres no mundo do que qualquer outra coisa, exceto insetos"

Glenn Ford para Rita Hayworth, em Gilda (1946)
De frases cortantes do cinema "noir"

Uma homenagem as mulheres de poesia...

LOUCURA
Florbela Espanca

Tudo cai! Tudo tomba! Derrocada
Pavorosa! Não sei onde era dantes.
Meu solar, meus palácios, meus mirantes!
Não sei de nada, Deus, não sei de nada!...

Passa em tropel febril a cavalgada
Das paixões e loucuras triunfantes!
Rasgam-se as sedas, quebram-se os diamantes!
Não tenho nada, Deus, não tenho nada!...

Pesadelos de insônia, ébrios de anseio!
Loucura a esboçar-se, a enegrecer
Cada vez mais as trevas do meu seio!

Ó pavoroso mal de ser sozinha!
Ó pavoroso e atroz mal de trazer
Tantas almas a rir dentro da minha!


MAS HÁ VIDA
Clarice Lispector

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida, há o amor.


Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.


O VESSTIDO
Adélia Prado

No armário do meu quarto escondo de tempo e traça meu vestido estampado em fundo preto.
É de seda macia desenhada em campânulas vermelhas à ponta de longas hastes delicadas.
Eu o quis com paixão e o vesti como um rito, meu vestido de amante.
Ficou meu cheiro nele, meu sonho, meu corpo ido.
É só tocá-lo, volatiza-se a memória guardada:
eu estou no cinema e deixo que segurem minha mão.
De tempo e traça meu vestido me guarda

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Trecho 1

"... tinha suspirado, tinha beijado o papel devotamente! Era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades, e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas, como um corpo ressequido que se estira num banho tépido; sentia um acréscimo de estima por si mesma, e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante, onde cada hora tinha o seu encanto diferente, cada passo condizia a um êxtase, e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!

Ergueu-se de um salto, passou rapidamente um roupão, veio levantar os transparentes da janela... Que linda manhã! Era um daqueles dias do fim de agosto em que o estio faz uma pausa; há prematuramente, no calor e na luz, uma certa tranqüilidade outonal; o sol cai largo, resplandecente, mas pousa de leve; o ar não tem o embaciado canicular, e o azul muito alto reluz com uma nitidez lavada; respira-se mais livremente; e já se não vê na gente que passa o abatimento mole da calma enfraquecedora. Veio-lhe uma alegria: sentia-se ligeira, tinha dormido a noite de um sono são, contínuo, e todas as agitações, as impaciências dos dias passados pareciam ter-se dissipado naquele repouso. Foi-se ver ao espelho"

Eça de Queiroz, O Primo Basílio

Satisfação a você às moscas (uso crase nesta frase?)

Calma moscas! Logo tem lixo chegando.
Enquanto isso copio trechos, só copio trechos...
citado a fonte, óbvio.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Na gaveta, sem traços, com traças

...
Ah! e eu não tô mais conseguindo escrever, doutor.
Melhor viver do que escrever - respondeu o doutor
Minha vida social também não tá lá grande coisa...

Trecho do meu livro "A grande coisa" - inspirado naquele filme provavelmente feito com marshmellow, versão hair bit richardi.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Não orna II

Três minutos na fila da farmácia, Liz olha ao redor e pega um desodorante; imagina o que os caras da farmácia pensam que seria interessante estar ali de forma que ela pudesse gastar mais. Faz uma leitura dinâmica nos rótulos que lhe parecem novos: “cuidado”- escrito no desodorante. “Cuidado” no desodorante? Não é inseticida! Pega o frasco e lê novamente, está sem óculos: “cuidado sensível”. Devolve o frasco. Atrás dela, na fila entre os balcões de sabonetes, desodorantes, camisinhas, batons, barras de cereais, chocolate, remédios para dor de cabeça, remédios para o fígado, comprimidos para evitar ou curar ressaca, aquele outro pra quem quer encher a cara, porém se prevenir dos incômodos :“um antes e um depois” e vários shampoos em promoção ela vê um moço até que bem interessante. Na verdade, bonito para concepção dela.
O rapaz aparenta trinta e sete, no máximo quarenta anos, barba, cabelos e olhos bem pretos, alto, não muito magro, chinelo, blusa branca amassada, bermuda bege. Uma das vantagens de estar na casa dos trinta é a de poder interessar-se tanto por alguém de vinte e cinco como por alguém de quarenta e cinco. Aumenta a margem de possibilidades, assim como aumenta as festinhas de filhos de amigos, aumenta a reclamação desses mesmos amigos em relação aos anos de casamento, diminuem as chances de encontrar alguém descompromissado na noite, diminui o saco pra seguir algumas regras antes de casar-se, aumentam os casamentos de pouca duração nesta faixa etária ao mesmo tempo em que alguns deles duram muito mais dos que se casam casa na casa dos vinte, que depois de dez ou quinze anos de compromisso, separam-se.
Não, de novo não. Em sua última experiência casada aprendeu bem o que significava egotismo e variações de humor. Jonas ainda se dizia místico, coisas do signo de gêmeos com ascendente em Leão. Ela não entendia nada disso. Pensava: não descobriram novos planetas? Não desclassificaram Plutão da categoria? Nada disso alterou os signos? Justificativa, apenas justificativa para não se responsabilizar pelas próprias escolhas, ou melhor, não responsabilizar-se pelas conseqüências destas. Aliás, se Plutão não é mais planeta, ele é o que?
Ela olha o rapaz na fila e reflete se por acaso ele não se parece com Jonas, com o tempo ela percebeu que era bem normal esse tipo de reparação. Não se parece.
“Não se conhece pessoas só na noite” ecoa a voz de seu psicólogo.
Talvez por esta frase que gerou polêmica em terapia ela tenha reparado no rapaz da fila; situação diurna, diária. Achava melhor ter um psicoterapeuta a uma psicoterapeuta, isso enquanto acreditava que aqueles fossem mais realistas. Pensava em mudar para outro, mas tinha consciência, apesar de não compreender o porquê, que esse descontentamento era parte do processo, como lhe havia dito uma amiga formada em psicologia, gerente de uma loja de grife. Só de pensar em contar toda a vida pra outra pessoa considerando a tal linearidade ela desanimava, dinheiro e tempo de quatro sessões só pra relembrar quem foi. Linearmente. Depois de toda infância e adolescência repassada, chegar ao hoje, com tanto ontem embutido... Dinheiro jogado fora, arrumar outro psicólogo. Perda de tempo. Talvez ela tenha reparado apenas porque o tipo físico chamou-lhe atenção. Refletia: Que diacho era aquilo de tipo físico que a acompanhava desde a adolescência?Ainda que tenha variado no decorrer dos anos...
Não. Claro que não. Não se conhece pessoas só na noite.
Imaginou situações pra puxar assunto com o cara. Claro que não faria isso. Não que não pudesse ou acreditasse que não cabia a mulher esse tipo de iniciativa ainda mais numa situação de fila. Foi uma espécie de diversão momentânea.
Olhou o que ele segurava: remédio pra gripe. Poderia começar daí. Até chegar aconselhar chá de gengibre e própolis (considerado remédio universal por ela).
Ou então o clássico das filas: reclamar da demora, ainda mais naquela farmácia.
Perguntar indignada o que ele acha de todos aqueles produtos colocados por onde passa a fila. Seria isso necessário ou simplesmente teria o objetivo de levar a um maior consumo?
Começou a pensar no que estava por trás de cada frase, imaginou possíveis respostas. Imaginou perguntas esdrúxulas, respostas de mesmo patamar.
Pedro esperava-a impacientemente do lado de fora. Ele não gostava de perder as piadas sem graça que o professor fazia no início da aula. Entendia que não era culpa dela, mas dez minutos numa farmácia! Cinco minutos só pra escolher o tipo do absorvente, que diferença de função tem essas coisas?
Puta que pariu!É sim. Pensava Pedro – “se ela não tivesse enrolado pra escolher, não teria pegado a fila. Olha pra ver se Liz ainda está com o guarda chuva, ela já havia pedido dois naquele mês, inclusive, um era dele. Ele sempre perdia os isqueiros, mas nem comparação! Sabia que isso era hábito quase inconsciente de outros fumantes, sem querer, guardar isqueiro alheio no bolso ou especificamente hábito do Robson, que estava com um verde claro igualzinho ao último “perdido””.
Pedro entra na farmácia para apressar a amiga e escuta: Nossa! E aí Pedro? Há quanto tempo! – diz o moço da fila.
Relembram rapidamente da ultima vez que se viram. Despedem-se.
Liz pergunta na saída: Quem é?
Caso do Márcio, é casado.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Grupo Macunaíma: carnavalização e mito


Grupo Macunaíma: carnavalização e mito
David George

Motivo: Leitura fundamental.

O livro é sobre a produção do grupo Pau Brasil- Macunaíma, análise detalhada e muito bem fundamentada sobre três montagens importantes: Macunaíma (Mário de Andrade), Nelson 2 Rodrigues(adaptação de "albúm de família" e "Toda nudez será castigada")e A hora e a vez de Augusto Matraga(Guimarães Rosa).
O autor discorre sobre ideologia, médodo e sistema da "escola" de Antunes Filho que, além dos laboratóris práticos e leituras sobre interpretação incluí: psicologia e psicanálise(Freud e Jung), literatura (Mikhail Bakhtin), Zen e Taoísmo.
A leitura aguça a curiosidade sobre o método de preparação do ator, considerado por alguns exaustivo.
É interessante a justaposição entre "Macunaíma" e "Os lusíadas" de Camões.
Discorre também sobre o realismo grotesco e o teatro pobre de Grotowsk(que encaixa bem na nossa realidade)
Os conceitos de carnavalização de Bakhtin, além de despertar a necessecidade de conhecer mais sobre esse autor, é transmitido de maneira clara e sintética, assim como os conceitos junguianos: arquétipo, animus, anima e inconsciente coletivo. E o mais importante e legal de desta miscelânea útil e impalpável, é que é mostrado em análise como tudo isto é transmitido de forma cênica!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O espaço da diferença


O espaço da diferença
Antônio A. Arantes(org)

Motivo da leitura: Peguei emprestado de um amigo este livro e " A memória coletiva" de Maurice Halbwachs. Achei a leitura do segundo um tanto difícil e não prossegui (pelo menos por ora)optando por ler este outro. A linguagem, principalmente nos primeiros textos é bastante técnica, exigindo mais concentração na leitura.
A princípio, pensei em resumir um ou outro texto que achei mais interessante, mas não fiz isso. Foram eles: Culturas viajantes (James Clifford),Contornos de uma política espacializada: veículos dos sem-teto e a produção da escala geográdica(Neil Smith), Um sentido global do lugar (Doreen Massey), Avenida Paulista: A produção de uma paisagem de poder (Marcelo Nahuz de Oliveira).
Entendi quando ma recomendação da leitura meu amigo disse que éra mais feliz antes de ler esse livro...

Segue trecho de uma resenha que encontrei aqui na net feita por Claudia Castellanos.

"...Livro composto por estudos de questões brasileiras e internacionais, os autores que dele participam (de diversas nacionalidades) têm em comum a necessidade de dar visibilidade a práticas sociais que se caracterizam hoje, fortemente, nas palavras de seu organizador, pela presença de "informações, princípios éticos e argumentos construídos em espaços sociais mundializados". Espaços sociais que, no enredamento das atuações da academia e dos profissionais que se voltam para esta questão, como as atuações do mercado de bens culturais e das instituições de comunicação, têm ganhado novos sentidos que deslocam suas relações com o espaço urbano, com o espaço vivido. É importante chamar a atenção para o fato de que não é o acaso que leva o organizador a falar em espaços sociais mundializados. Os diversos estudos presentes no volume bem demonstram o esvaziamento de sentidos e sua banalização produzidos pelo emprego do termo 'globalização', massiva e largamente utilizado, sobretudo pela mídia em geral..."

quarta-feira, 9 de junho de 2010

DIREITOS AUTORAIS

Até certo tempo atrás, pensava que isso éra desnecessário. Ainda continuo achando que é... Mas, de nada adianta um alicate de bico e um arame na mão de um macaco.Digo isso metafóricamente sobre esta ferramenta que é a internet.
Ensinando "padre nosso" ao vigário, ou mesmo pra quem não tem essa noção, é o seguinte: além de dez e dez são vinte; se você perceber que o texto (raro, pois acho uma merda, apesar de você e algumas moscas não acharem) enfim, se você perceber que o textículo (com x) não tem referência de autor, pressupõe-se que é de minha autoria. O que é isso?
Não discorrendo sobre o uso das palavras, questão de originalidade inexistente... não sei se se cria hoje em dia..."se se" também não sei se tá certo...poderia corrigir pra "nada se cria, tudo se transforma" não vem ao caso...
Enfim novamente, se não há referência do autor e está com minha "assinatura"(nome no blog, ou da cara Luana), a colocação das palavras foram minhas. O que significa isto?
Significa que: a "criação", a junção das palavras "surgiram-Me" e não "surgiram-Te".Além de estar devidamente registrada na biblioteca nacional com mumeozinho certo, além do nome "pensamentos mutantes".
Você ganha dinheiro com isso? Registrando seus textos na biblioteca nacional?
Não.Paguei 20 reais pelo registro de todos os textos e "poesias" aqui transcritas.Não tenho a ilusão de ganhar dinheiro escrevendo, é utópico no meu caso.
Então por quê você registrou?
Não entrando no quesito do porquê e da necesidadde das leis, só utilizei um "direito".
Direitos autorais?
Sim.
Não sei como colocar isso no blog direitinho, vai ficar como tá, em postagem.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Velentin



Dirigido por: Alejandro Agresti
Produzido por: Julio Fernández, Thierry Forte, Laurens Geels, Massimo Vigliar, Pablo Wisznia
Gênero: Drama
Tempo: 86 min.
Lançamento: 2002

Assisti dias atrás...Sem paciência pra resumo, resenha, ou como dizem em alguns lugares de MG, "resenhar" sobre a vida de Valentin. Simplesmente é uma indicação pra um dia qualquer que você queira ficar em casa e ter mais o que fazer. Não vale a pena que fique apenas às moscas.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Panóptico


Relembrando:

O Panóptico (...) tem seu principio não tanto numa pessoa como numa certa distribuição concertada dos corpos, das superfícies, das luzes, dos olhares; numa aparelhagem cujos mecanismos internos, produzem a relação na qual se encontram presos os indivíduos (...) Pouco importa, consequentemente, quem exerce o poder. Um indivíduo qualquer, quase tomado ao acaso, pode fazer funcionar a máquina: na falta do director, sua família, os que o cercam, seus amigos, suas visitas, até seus criados (...) Quanto mais numerosos esses observadores anónimos e passageiros, tanto mais aumentam para o prisioneiro o risco de ser surpreendido e a consciência inquieta de ser observado.

Foucault, (1997), pag:167

Quem está submetido a um campo de visibilidade, e sabe disso, retoma por sua conta as limitações do poder; fá-las funcionar espontaneamente sobre si mesmos; inscreve em si a relação de poder na qual ele desempenha simultaneamente os dois papeis: torna-se o princípio da sua própria sujeição.

Foucault, (1997), pag:168

terça-feira, 18 de maio de 2010

Hieronymus Bosch


1450-1516

Influência para o surrealismo...

Jan Van Eyck











O Casal








Simbolismo




Primeiro pintor que acrescenta óleo

Gótico



Período medieval-renascimento



Giotto di Bondone

domingo, 9 de maio de 2010

A liberdade do corpo - soma, capoeira angola e anarquismo


Porquê da leitura:Este ano ganhei um irmão angoleiro, sua namorada, pessoa linda por dentro e por fora, chegou lá em casa com o livro com este livro.

Minha leitura no momento era"O pensamento vivo de Schopenhauer" que lido vagarosamente, reflexivamente todas as noites estava me causando reações adversas, sintomas claramente depressivos, então, decidi por temporária suspensão e substituição ver como está a capoeira angola hoje na soma.

Em 1993 assisti uma palestra sobre o Roberto Freire referente a Somaterapia anarquista e fugi da possível prática da Soma por me achar "velha" demais com 16 anos pra isto, e o palestrante ter colocado como certa "condição obrigatória" que senti paradoxal na época como única via pra que os desbloqueios reicheanos ocorressem. Desta época pra cá, em diferentes momentos da vida li três dos seus livros.

Desde que soube como era de fato, achei a capoeira angola bonita demais e é interessante saber da sua utilização como instrumento terapêutico libertário atualmente, uma vez que me senti como que saído de meditação após jogar ludicamente, no meu tempo de corpo com o grupo que se formou aqui.


O autor resgata, na medida do possível, o período da escravidão, emergência dos quilombos, hipóteses do surgimento da capoeira, suas transformações e reflexos hoje.
Discorre sobre instinto de irritabilidade animal, agressividade e afetividade, frisando a necessidade de serem exercidos naturalmente e de forma satisfatória.

Passa pela contribuição de Jung, Perls e principalmente Reich à psicanálise.Este último procura mais as relações entre a sociedade e o indivíduo na produção da neurose, assim como suas reações corporais.

João da Mata explica a técnica terapêutica da Soma que associa a pedagogia libertária à prática da terapia, buscando uma relação entre a problemática emocional e suas correspondências políticas; referindo-se a política enquanto jogos e conflitos de poder prioritariamente no plano microsocial das relações cotidianas.

A capoeira auxilia no processo da Soma enquanto forma de lidar com a agressividade, enfrentamento, equivalente orgástico, leitura corporal, criatividade, improvisação, originalidade e conscientização corporal.
O autor finaliza com algumas contribuições libertárias atuais de Foucault, pontua a ideologia anarquista e traz o universo cultural da angola pela formação do mestre Pastinha.

Trechos:
" O negro precisava rebelar-se contra a escravidão que limitava sua liberdade e lhe roubava a condição de ser humano. Toda vez que for retirada a possibilidade de ser livre o homem vai reagir. Primeiro, por uma condição biológica, pelo instinto de irritabilidade animal e o da preservação da espécie. Depois, pela percepção de que é impossível viver sem liberdade..."

"O ponto seguinte é a ausência de violência: na capoeira angola os jogos são essencialmente isso:jogos.Pretende-se atingir o adversário com alguns golpes e evitar que ele nos alcance, mas a angola bem feita, jogadas por mestres e alunos adientados, a luta, (no sentido de atingir o adversário) está sempre, inseparavelmente misturada ao jogo..."

" A capoeira, antes do processo de insttitucionalização, que a transformou mais em esporte do que em arte, preserva-se culturalmente pela tranmissão oral do conhecimento.Literalmente, aprendia-se fazendo, praticando e participando de seus rituais..."

" No início do século XX Reich afirma: os casamento desmoronam em consequência das discrepâncias sempre intensificadas entre as necessidades sexuais e as condições econômicas. As necessidades sexuais podem ser satisfeitas com um e um mesmo parceiro durante algum tempo.Por outro lado, o vínculo econômico, a exigência moralística e o hábito humanofavorecem a permanência da relação matrimonial. Isso resulta na infelicidade do casamento..."


" O anarquismo não é um modelo, um padrão a ser seguido. Apesar de defender princípios básicos e gerais, os vários anarquismos correspondem à diversidade entre os homens. " São diferentes rios que estão em paralelo, mas que vão desaguar no mesmo mar...""

"...segue o corrido:

Esta cobra me morde
Sinhô São Bento

Oi o Bote da cobra
Sinhô São Bento

Oi a cobra mordeu
Sinhô São Bento

O veneno da cobra
Sinhô são Bento...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

A Religiosa


livro: A Religiosa
Autor: Denis Diderot

RESENHA

Motivos da leitura:R$ 7,00 no sebo. Vagas lembranças de ter simpatizado com o autor na aula de filosofia.Quaresma, logo, um bom título. A imagem da capa. O fato do livro não estar no mesmo lugar na prateleira desde a primeira vez que o vi até o dia da aquisição; coisa de ser humano.Tudo isso enquanto deveria estar decorando leis pra concurso.

Li como um romance, a obra remonta de 1760 e inicia-se a partir de uma brincadeira de Diderot e alguns amigos que escrevem cartas a um outro amigo como se fosse uma religiosa por quem este teve particular interesse na época. Pura associação de safadeza; como é relatado no prefácio.

Suzanne Simonin é uma personagem encantadora, amorosa, tem fé e é caridosa, porém, não tem vocação para vida monástica a qual foi submetida por ser filha de sua mãe fora do casamento.
Ela passa por alguns conventos e as personagens das superioras destes lugares são bem interessantes, especialmente a de Arpajon.
O autor traça os perfis psicológicos através de ações e traços físicos, o que atrai o leitor para o interior do personagem.
É uma crítica não a religiosidade em si, mas às regras da vida religiosa.
Uma vez que a trama é sobre a vida involuntária no clautro, seu pólo liberdade é bastante desenvolvido na obra.

Trechos:

"...Levavam-me comida, serviam-me; uma criada acompanhava-me à missa nos dias de guarda, e tornava a trancar-me. Eu lia, trabalhava, chorava, às vezes cantava; assim é que meus dias ecoavam. sustentava-me um sentimento secreto: o de que éra livre, e que minha sorte, por dura que fosse poderia modificar-se, mas estava decidido que eu fosse religiosa, e o fui..."

"...Peço pra ser livre porque o sacrifício da minha liberdade não foi voluntário"

"...O olhar dos seus olhos pequenos parecia ou voltar-se para dentro ou atravessar os objetos vizinhos e enxergar além, a uma grande distância, sempre no passado ou no futuro..."

"...É alternadamente compadecida e dura, no rosto decomposto acusa o absoluto desalinho do seu espírito e absoluta desigualdade do seu caráter; assim, a ordem e a desordem sucedem-se na casa..."

"...encontrei-me na palha que servia de leito, os braços amarrados...foi então que senti a superioridade da religião cristã sobre todas religiões do mundo, que profunda sabedoria existe no que a cega filosofia chama a loucura da cruz. No estado em que me achava, de que teria me servido a imagem de um legislador feliz e coberto de glória?..."

segunda-feira, 22 de março de 2010

Inércia


Livro: Inércia
autor: Marcos vinícius de Almeida

Quando decidi movimentar este blog comecei a procura por outros que pudessem me interessar. Eis que me deparo em um deles com um conto que me deixou encantada "Pinóquio e a Menina-de-Lata". Éra junho do ano passado e depois do primeiro terremoto no início do ano, um segundo acontecia na região central da BA.
O tempo provocando suas modificações foi ventando...comecei acompanhar "Ana e outros demônios" pelo blog do autor quando finalmente "Inércia" ficou pronto. fiquei feliz, pois poderia ler um livro inteiro do autor dos contos que eu gostava de ler.

Iniciei a leitura em outubro, dias depois viajei e deixei isso aqui só a você e às moscas mesmo.Só decidi escrever esta resenha agora, quando me deparei lendo devagarinho um outro conto do autor, querendo prolongar a leitura; deixando por opção, dar continuidade mais tarde, só pra não acabar.
Notando isto, lembrei-me que foi assim também com o livro(com a vantagem que é bem maior que um conto).

O livro retrata a vida através da percepção de Juan e sua vida amorosa desgastada pela rotina, mas não só isso, o personagem busca uma Lúcia que já não é mais a mesma, assim como ele já não é o mesmo. Relata suas reflexões acerca de si o do mundo, a vida universitária como estudante de filosofia com seu amigos, as lembranças de infância e adolescência.

A escrita é densa ao mesmo tempo que fluída, muda-se de um tempo a outro favorecendo o dinamismo da leitura.Juan é bastante introspectivo, a narração em primeira pessoa não se torna cansativa, uma vez que o personagem tem conteúdo psicológico, ótimas descrições físicas de espaço, ações e sensações que são muito bem transmitidadas ao leitor. É existencialista e a leitura é muito envolvente.

Com tudo isso,além das colocações típicamente mineira e outra interessante criada pelo autor. Considero, como leitora, uma obra de valor literário. Recomendo a leitura de Inércia e aguardo os próximos.

Ainda que a obra seja inspirada em sua vida, Marcos Vinícius como trabalhou muito bem o livro e assim vem mostrando com seus contos, ele está longe de ser autor de um só livro, como muitos "autores" que existem por aí.

A arte de envolver com as palavras:

"...Mesmo dormindo ela apossava-se de mim. Quer meu corpo sustentando sua inconsciência. Não compreendia aquilo, mais aceitava. Continuo não compreendendo, mas agora não aceito..."

"...Estranho isso...No fim das contas tanto faz. Porque mesmo me imaginando em outra vida acabo encontrando a mesma vida..."

"...Masturbar-se é deprimente. Tá certo. No fim das contas é a mesma coisa. Apesar do suor. Sussurros. Grunhidos. Ranger da cama de madeira ou metal. Cheiros. Feromônios. Declarações. Insultos avessos. Fazer sexo é masturbar-se no outro..."

"...Eu acho esses trem uma bobagem sem tamanho. Mas pra mim, o problema da matéria e pensamento tá la nos gregos, fraga? - Falou Adelmo.
Enquanto acendia um cigarro, Éder disse:
- Eu penso que a consciência é uma defesa da gente, igual a cobra tem seu veneno, a gente tem a inteligência."

sábado, 6 de março de 2010

Poste


Postado no início de março, como indica a data.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

O doce veneno do escorpião

O DOCE VENENO DO ESCORPIÃO
Autora: Bruna Surfistinha/Raquel

Entre um livro e outro da estante de um amigo, me deparo com tal livro. Como eu particularmente não compraria, surgiu a oportunidade de ler. Assim, rápido, em duas sentadas (no bom sentido).

Não me surpreendeu muito o fato da moça não ter aptidão literária, digo isso porque a vi em parte de uma entrevista em que ela falava do porquê do livro. Nunca entrei no seu blog (também no bom sentido) Tá, paro de graça sem graça.

Ainda assim, havia uma esperança em mim, de que ela, entre um programa e outro fosse adepta a leitura. (o que é fundamental pra escrever um livro, ainda que auto biográfico), não parece, não fala muito dela, fala de episódios da adolescência. Digo, não aprofunda (não vou dizer que no bom sentido) não explora seus pensamentos e emoções nos fatos narrados. Fica superficial, narra orgias em swingers, o que chega a ser repetitivo, diz quando gosta ou não dos clientes, comenta poucos casos incomuns. É contraditória em vários aspectos, Talvez, se explorasse os ossos do ofício, narrando o difícil da vida “fácil” não abrisse margem pra esse tipo de dualidade. Pois, alguns conceitos que ela diz discordar moralmente (simplesmente citando) assim os faz na prática, e ainda diz gostar quando narra, dá a impressão que ela ou não percebe a sua própria contradição (não concordo com isso nem gosto, mas quando faço gosto) ou com muito esforço do leitor, imaginando como é o comércio por trás disso tudo, pode pensar que ela é obrigada. Mas se assim ela é, ela diz gostar do que não gosta. Fato narrado.


Inicia o livro dizendo que o que é diversão pra uns é labuta pra ela. No entanto, da média de trinta e seis clientes semanais, ao relatar passa a impressão de que se satisfaz com trinta e quatro, pode até ser real, mas como já foi colocado, mais interessante seria ouvir o lado difícil pra ela, e talvez até porque assim seja, não foi bem explorado. Imagino o quanto é angustiante fazer exames trimestrais de saúde... Conclui-se que a sua labuta não é tão prazerosa o quanto relata quando diz que sua vontade é colocar o passado numa gaveta e esquecê-lo, ou ainda quando diz que quer ser psicóloga ou casar e ter filhos. Ora! Pois bem! Escreveu um livro, ganhou dinheiro com ele, se alto promoveu e foi elogiada em sua profissão por quem consome seus serviços, o que deve ter-lhe rendido mais. Parece que o livro vai virar filme (desconheço sobre isso), e diz que quer simplesmente colocar isso na gaveta. Tá bom. Acredito.

Não me surpreendeu ela ser de boa família e querer ter mais financeiramente, chegando a roubar jóias da mãe, assim como não é novidade saber que a maioria dos clientes são casados, ainda que o fato de preferirem ser passivos foi novidade para o quesito “possível estatística” desta preferência sexual.

Uma coisa que é paradoxal são os p...,, b... c.... Tremenda chatice a repetição da leitura disso. Se pau, pinto, pênis ou pica, só ela sabe.

Bom, eu poderia pautar outras coisas conflitantes no livro, pegar mais pesado, mas tudo tem seus dois lados. Como eu já disse, eu não compraria, mas esperava que fosse melhor, é bom saber que não é, porque não leio outro dela, nem que me apareça pelo correio, pelo menos não se eu não quiser passar raiva. Espero que a publicação deste livro incentive a outras profissionais do ramo a escreverem mais sobre este contexto que deve ter muito mais a ser explorado, tanto com benefícios para o individual como no coletivo.
Espero que seja um bom diretor, que possa acrescentar ao livro , assim como tenha bons atores, alguns podem fazer milagres, o que me dá esperança de que o filme possa ser melhor que o livro, pela primeira vez na vida. Já que não é assim que acontece, em especial com os livros do Sthephen King, que, na minha opinião como leitora são bons e os filmes cômicos, de tão ruim como “Carrie, a estranha”. Salvo “O Iluminado” que como filme, até que é bom.
O livro, como biografia dá margem pra desenvolver uma personagem. Isso também é legal, e não pode ser descartado. Pela quantidade e preferências de clientes ela mesma joga estatísticas, o que também é interessante.
Ler esse livro me deu vontade de ler “memórias de minhas putas tristes” de Gabriel Garcia Marques, já ouvi falar bem, este eu compro, de preferência se der sorte em sebo, porque é o que o momento me permite, ou posso pedir de presente!
Lendo o livro, recomendo à Surfistinha, além de você e as moscas que acompanham este blog lerem “Orlando- uma biografia” de Virginia Wolf, “Angústia” de Graciliano Ramos e “O mal estar da civilização” de Freud.
Bom, apenas expressei minhas impressões, como leitora. É só. Parece que certo otimismo está voltando, deve ser porque agora começa o ano...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

FECHADO

Fechado. Foi o que eu li onde deveria ter um cartaz de filme. Filmes mais alternativos, isso é verdade. Via-se filmes franceses, alemães, brasileiros...
Poucos assentos tinha o Cine Paradiso, cadeiras antigas, vermelhas... Não posso dizer hoje como estava sua preservação atualmente. E nem vou poder dizer...
Fazia tempo que eu não andava por Campinas. Foi nesta galeria da cidade que eu comprei meu primeiro LP. Não é nostalgia.Só lembrei.Tomava café ali, as vezes cerveja. O sebo ainda tá lá. A loja, onde foi uma de discos, ao lado do cinema é muito legal também.
Sem mudar o foco.Pergunto pro cara da loja ao lado. Quando fechou? Quatro meses-Ele responde. Por que? Falta de público.Que merda. Raiva. Indignação.Lembranças.
Semana passada fui ver uma peça na terça feira no centro de convivência.Popularização do teatro.Vou comprar ingresso."A peça foi cancelada" escuto. Por que? Ninguém explica. Sei como é a correria entre trancos e barrancos pra apresentar uma peça. Mesmo com pouco público.
Barrancos. Assim soube, mais tarde. Éra como estava o teatro. Falta de iluminação. Por isso não apresentaram.Tinha público.
Leio o jornal.Decepção de alguns por Campinas não ser convidada à participar da virada cultural paulista. "Campinas terá sua própria virada cultural".
Realmente, a cidade precisa de uma virada cultural. Não de 24 horas.
Precisava desabafar.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

História da sexualidade

História da Sexualidade 3 – O cuidado de si. Michel Foucalt

RESUMO

Foucault resgata textos de pensadores antigos como Platão, Aristólteles, Plutarco, Marco Aurélio e outros em distintos momentos históricos: mundo grego sec VI ao IV a. C e I a IV d. C.
Expõe a relação do indivíduo consigo mesmo, a preocupação com o uso dos prazeres numa reflexão moral, médica e filosófica.
Discorre sobre o método de Artemidoro na interpretação dos sonhos, o papel matrimonial, o vínculo conjugal, monopólio, o amor aos rapazes, apresenta técnicas de exame de consciência e preceitos que se encontram mais tarde na moral cristã.
O autor possibilita com a obra uma leitura crítica em torno da condição humana contemporânea, possibilitando abertura para reflexões atuais.

Frases (Tem todo um contexto, mas segue umas interessantes).

Da interpretação dos sonhos de Artemidoro
“O membro viril é assimilado aos pais, pois ele retém o princípio gerador; a mulher e “a amante porque ele é apropriado as coisas do amor...”

Da cultura de si – Sêneca
“... Se converter-se a si é afastar-se das preocupações com o exterior, dos cuidados com a ambição, do temor diante do futuro, pode-se então, voltar-se para o próprio passado, compilá-lo, passá-lo em revista e estabelecer com ele uma relação que nada perturbará...”

Do vínculo conjugal – Plutarco
“ Há os casamentos que só são contraídos para os prazeres da cama – eles pertencem a categoria dessas misturas que justapõem elementos separados, cada um dos quais guarda a sua individualidade. Há os casamentos que são concluídos por razão de interesses – eles são como essas combinações onde os elementos formam uma nova e sólida unidade, mas que podem sempre ser dissociados uns dos outros, assim como aquela que é constituída pelas peças de uma cumeeira. Quanto a fusão total – a “crase” que assegura a formação de uma nova unidade de que nada mais pode desfazer -, só os casamentos por amor onde os esposos são ligados pelo amor, podem realizá-la”


COTIDIANO:

Visito Márcia, Raul e as crianças na semana entre o Natal e Ano Novo.
Contexto: De manhã, a louça da noite anterior na pia, a gente tomando café na mesa e falando das nossas vidas, o Raul arrumando a campainha e gritando alguma pergunta pra Márcia, Márcia reponde gritando da cozinha. As crianças na sala.
...

Márcia: Lê

Leio: ”... Em documentos que datam o fim dos séculos IV ou III a.C os engajamentos da mulher implicavam a obediência ao marido, a interdição de sair a noite ou de dia, sem a sua permissão, a exclusão de qualquer relação sexual com outro homem, a obrigação de não arruinar a casa e de não desonrar o marido. Este, em compensação, devia manter sua mulher, não instalar uma concubina em casa, não maltratar sua esposa e não ter filhos das ligações que pudesse manter fora de casa. Mais tarde, os contratos estudados especificam obrigações muito mais estritas ao lado do marido. Sua obrigação de prover as necessidades de sua mulher é tornada mais precisa, como também é especificada a interdição de ter uma amante ou um favorito, e de possuir uma outra casa (na qual ele poderia manter uma concubina)...”

Márcia: Repete a parte da casa

Rio e repito: ...os engajamentos da mulher implicavam a obediência ao marido, a interdição de sair a noite ou de dia, sem a sua permissão, a exclusão de qualquer relação sexual com outro homem, a obrigação de não arruinar a casa e de não desonrar o marido...

Márcia: (Ia fazendo aquela expressão de consentimento que só ela faz até chegar a parte da ruína) Você disse ARRUINAR a casa? É isso?

Disse

Isso quer dizer então que enquanto ela ainda estiver de pé, ou seja, não estiver em ruínas eu continuo uma boa esposa?

Rio: Acho que sim!

Márcia: Ótimo!

Risos