terça-feira, 23 de junho de 2009

Cada escolha uma renúncia


Sabe, quando eu estiver cara a cara com Deus. Seja ele o que for, vou perguntar: "Okay, qual foi o plano?
Enquanto penso nisso a imagem de Posêidon (Deus do mar) vem a minha mente, dando risada, fazendo tsc tsc tsc e respondendo em tempo atual: "Esse é o plano."

Imagino esse Deus humanizado porque quando crescemos acreditando em Jesus, quando crianças acreditamos que o pai dele é como ele, só que mais velho, forte e poderoso. Tem uma imagem dele numa biblioteca antiga em Salvador. É a cara de Deus.
Tenho uma amiga que as vezes fala que parece que "Ele" brinca de playmobil com a gente. Sou mais da teoria de que ele joga xadrex mesmo, é mais estrategista, ainda que com o "playmobil" ele seja mais livre pra criar as próprias regras.

Sempre acreditei no acaso e no inverso dele. Já tomei decisões importantes simplesmente jogando "cara ou coroa".
As vezes sinto falta desta época...
Pra onde vamos?
Vamos ver o que o universo propõe...

Mas o tempo passa e você precisa aprender que as decisões devem ser tomadas, umas engolidas a seco e outras com muito gelo.

Lembro-me daquele padre na aula de antropologia teológica. Ele falava do Uruboros. A serpente que morde a própria calda... formava um circulo completo...
Que fechem os ciclos então.

Bom, espero que o "Responsável Superior" também mostre o mapa com as pessoas e fatos sendo pontos iluminados coloridos explicando:
"Lembra quando aconteceu isso?"
E possa ser possível responder "Claro! Sempre quis entender porque aconteceu isso!
E "Ele" vai explicando: Aconteceu isso, pra poder acontecer isso, que tava vinculado a isso... Mostrando sempre resultados positivos e os momentos mais felizes da vida.
Pra que possa ser dito: "Então, valeu a pena!"

Espero também que exista uma sala de reforço, como essas de escola, pra poder fazer as perguntas mais esdrúxulas, podendo rever com o "Todo" fatos que vc sempre ficou na dúvida se aconteceram ou não, e perguntar ao "Ser Superior" coisas como: "Mas, e se eu tivesse ido morar na Itália?
E seriam mostradas conexões igualmente positivas atrás das negativas, só que a maioria cenas não vividas...

Cada escolha uma renúncia, já dizia o antigo ditado...

domingo, 21 de junho de 2009

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A Inês é morta. Falando em fragmentos Sartreanos.




Algumas frases populares sempre me intrigaram.

Achei o máximo aquele cara que fez um livro sobre a origem daquelas relacionadas a bichos. Por exemplo, “cada macaco no seu galho!”, “cão que ladra não morde!”, enfim... Destas sobre bicho sempre refleti um pouco mais sobre “a cobra vai fumar!”. Dá pra entender o sentido, mas que diacho! Vai fumar pra que?

Ta, entendi que o bicho vai pegar, mas até aí porque que a cobra vai fumar?

Bom, não li o livro do cara, não sei citar seu nome e nem sei se ele buscou a origem desta frase ou pra que ou o que a tal cobra fuma.

Mas percebam, você e as moscas que freqüentam este blog, como o universo nos traz respostas quando menos esperamos.

Estava lendo “Entre quatro paredes” de Sartre e descubro, além de um pouco mais do que ele quer dizer com a famosa frase “O inferno são os outros”, descubro finalmente quem é a tal da Inês!

Não pude me conter de tanta emoção! Das amizades que tenho, existe uma que, em certa época das nossas vidas, em diversas situações, jogava a frase “Até então, a Inês é morta...”

Essa amiga conhece as nuances de tons das minhas palavras e dependendo da situação eu respondia: “E daí que a Inês é morta?”, “Tá, e o que a Inês tem a ver com isso?”, “ Puta merda, quem é essa Inês?”, “ Foda-se a Inês, já ta morta, nem conheço ela!”

Detestava essa frase, agora acho um puta chavão existencial existente!O melhor do clássico no popular!

Quando ouvir essa frase agora irei remeter-me a esta Inês!!! O inferno da Inês de D. Pedro que descobri depois éra outro...

Até então, a Inês é morta e dependendo do caso, convém perguntar: Qual delas?

Pois bem, continuemos...


segunda-feira, 15 de junho de 2009

Um dia


As palavras mais bonitas que ouvi hoje foram a do cara que eu quase atropelei.

Estava triste, precisava mandar meu livro de poesias que mofavam para um amigo que iria colocá-lo em formato de livro e fazer a capa.
Freud ficaria feliz em ver a obra, considerando o que ele pensa sobre os artistas.

Não sei pra que existe isso, fui arrumar o texto no word e aparece aquelas barrinhas que parecem coluninhas romanas. Detesto-as, gosto de ver o texto limpo. Sei que dá pra tirar, não o fiz.

Então, entrei naquele esplêndido site de relacionamentos.
Teve um tempo que costumava entrar em comunidades inúteis e achava bom, porque com várias, não dá pra saber mesmo que tipo de pessoa é você. Porém, teve um tempo que eu achava que elas diziam muito sobre a vida de uma pessoa ou criatividade desta.
Entretanto, sou do tempo que não existia internet, quem diria um site de relacionamentos. E como era gostoso por um programa pra rodar em Cobol e dar tempo de ir comer um salgado, fumar um cigarro e voltar pra sala. Tá, okay, brincadeira, sonhávamos com o que temos hoje.

Mas, voltando às comunidades, tudo uma grande ilusão!
Grande bobagem! Nada de mais se você é loira e seu namorado tem a tal “As morenas são as melhores” ou , se no começo do relacionamento ele até tinha algumas falando de mulheres em geral e colocou outras dedicadas a você! As da “em geral” nem te incomodavam, até que as “dedicadas” foram tiradas e as outras permaneceram. Menina! Pense em coisas mais importantes! Não importa o fato que vocês se conheceram pela ianternet!

Vou tentar te ajudar se isso acontecer. Neste caso, você tem várias opções na vida virtual.
A- Dizer a seu namorado o que não gosta e ver como ele reage. Rezando pra ele ser compreensivo com seus sentimentos da era pós moderna.
B- Coloca também em suas comunidades coisas que você admira nos homens em geral, uma dedicada a ruivos, se ele for moreno, no caso. Já ouviu falar em olho por olho dente por dente?
C- Apagar as dedicadas à ele, tirar que está namorando, que mora com o companheiro, deixar que suas paixões fiquem em branco, e ufa... Decididamente, ele não precisa estar em seu par perfeito querida! Lembra quando era queijo com goiabada?
D- Virar uma verdadeira vaca e colocar um monte de homens pelados.
E- Buscar fazer amizades interessantes
F- Desencanar
G- Mesclar todas as alternativas

Bom, nem era esse tipo de conselho que eu queria colocar aqui. Aliás, conselho nenhum!
Como eu disse anteriormente, estava triste e decidi que teria duzentos anos. Alterei o ano do nascimento pra 1809, não apareceu “200”. Puta merda! Pra que tem essa opção então?
Então coloquei 1909, tive que nascer em data diferente da que eu queria por causa do programa que oferece uma opção “inválida”. “99” apareceu. Legal, uma pessoa de até 99 anos pode usar o site! Ah... mas eu queria ter “100”... Então alterei a data do meu aniversário pra o dia seguinte.

Legal! Comemoraria com Sto Antônio, completaria 100 anos (se o site permitisse) e de quebra ouviria palavras bonitas das pessoas que pouco conheço, o que me deixaria menos triste. Era meu aniversário virtual!!

Acordei cedo com outro tipo de humor, melhor que no dia anterior. Pensei ser melhor alterar isso e cuidar da vida real.

Tinha lá alguns recados, entre eles, um de alguém que me conhece pouco, um de alguém que só falou comigo virtualmente, outro de alguém que me conhece muito, mas ainda tem muito pra conhecer. Quem me conhece mesmo, sabe que sou uma libriana com orgulho apesar das indecisões (mas isto já é uma outra história cotidiana).
Respondo aos recados dizendo a real, que estava mal e queria ficar bem e ouvir coisas bonitas ajudariam.
E, se você e as moscas que estão lendo este blog dizem “Nem era seu aniversário mesmo!”
Digo: “Que importância isso tem?

Este não é o mundo real, e mesmo neste, nasço e renasço várias vezes todos os dias.
Já recebi tantos felizes dias especiais e pessoais, não digo daquelas mensagens com florzinhas e palavras bonitas, pessoais mesmo. Como o de um amigo meu que é Hamster, e que pode passar anos e sua essência mais pura não desconcentra. Ou, como o de uma amiga Gaúcha que conheci na BA... Aliás, ela estava na página hoje, mas não pelo aniversário virtual, porque simplesmente às vezes temos vontade de saber como estão essas pessoas especiais, mesmo algumas que conhecemos brevemente.
Sabe, só tinha pensado em meio a tudo isso, que ouvir algumas palavras especiais completas, não monossílabas num dia comum pode ter o mesmo efeito de ouvir um eu te amo com explicação de porque depois vindo depois da frase, ainda que só esta frase basta quando vem de alguém que você ama de verdade.

Já estava de saco cheio desse site, não exclui porque serve pra contatos de interesses. Voltei a ficar triste por outras coisas. Então, coloquei uma fita de luto no perfil, me "desliguei" e fiquei triste, continuei morando no inferno de Sartre, o que explica o fato de que “deveria estar do lado de lá” o lado de fora do inferno.
Tempos depois já em casa, pensei que poderia preocupar pessoas que me são queridas e sei que gostam de mim de verdade no mundo real e decidi tirar a tal tarja mais tarde, e mais tarde o perfil voltou ao normal, com suas singelas mudanças de humor esporádicas.
Estava triste novamente, sei que muita coisa tem que morrer em mim pra outras renascer.

No caminho, sai do estacionamento, escuto uma buzina de moto, penso “Puta merda! Fechei o cara!”
Ele para do meu lado e diz em tom tranqüilo “Você saiu sem olhar”
Choro e peço mil desculpas.
Ele diz: “Promete pra mim que vai com cuidado?”
Prometo.
Ele diz: “Vai com Deus”
Eu fui, com cuidado, percebi que estava “desligada” mesmo, parei em sinal verde. Vi a igreja de Sto Antônio. Disse “Parabéns Sto Antônio!”
Pensei que o cara poderia ter me xingado, dito pra eu não sair de casa se eu estava mal, reclamar que estraguei a moto, sei lá!
Tudo bem, considerando o efeito borboleta, eu poderia ter derrubado o cara. E, mesmo que eu tenha quase o machucado, até aquele momento, foram as palavras mais bonitas do meu dia.
O ciclo da vida volta ao normal.